quinta-feira, 24 de setembro de 2015

OUTONO

 OUTONO

Sejas bem vindo amado
- Outono das nossas vidas
 
Onde desenham os nossos caminhos
- Nas cores das folhas caídas no chão.
 
Isabel Morais Ribeiro Fonseca

terça-feira, 15 de setembro de 2015

✿TASCA MORTA*



TASCA MORTA

Escreve por descaramento
Onde afoga-se entre surdos
Roucos, porcos e sujos
Sem estatuto dum louco
Parvo de vício já sujo
Vazio de troncos podres
Mão do homem fracassado
Revoltado com o café da manhã
Pão seco sem cheiro que revela
Torna-se ópio da boca pobre
Abdica espontaneamente da alma
Chora tantas vezes em seco
Perdeu a conta às lágrimas
Que já derramou pela vida
Choro negro de tanto riso
Nos degraus de pedra dura
Altar para tapar a minha urna
Último abrigo num inferno
E afinal morto já ele estava.
 


 https://pt-pt.facebook.com/tascas.pt

terça-feira, 1 de setembro de 2015

LOVE

 LOVE

- Costuro todos os meus sonhos
 
Bordo todas as lembranças doces
 
- E desato os nós de toda a minha vida
 
*:..。♡*゚¨゚゚・*
 
Isabel Morais Ribeiro Fonseca


sábado, 22 de agosto de 2015

ÁGUAS PROFUNDAS

ÁGUAS PROFUNDAS

Nas profundezas silenciosas do mar
Onde param os oceanos de nada para nada
Sem naus de marujos atracados no cais
Apodreciam aos pedaços todos os mastros
Onde dormiam nas mortas ondas dos abismos
Sepulturas de trevas na escuridão dos mares
Chamas quentes que gritavam, morriam com dor
De um inferno de caos de argila, barro seco, duro
Homens desolados, famintos, agonizavam num altar
De objetos santos, para um uso talvez profano
As trêmulas mãos raspam as débeis cinzas quentes
Para não dizer dejetos de um débil corpo ou corpos
Morriam de fome, eram devorados, por feras famintas
Com gemidos comoventes, de longos gritos desesperados
De inglória morte na terra, sovava-se o mal nas profundas águas.
 
Isabel Morais Ribeiro Fonseca

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

PERDIDO INVERNO

PERDIDO INVERNO

Camponês embaraçado
Entre os cachos da videira
Engolido no infinito pela linha férrea
Contava os minutos, as horas
No outono sem espelhos
Nas primaveras com pregos
Nas memórias sem armadilhas
Na brisa em agonia do verão
Nas lufadas da neve no inverno
Nas nuvens sem sombras
Onde estica, encolhe o seu acordeão
Pássaros no horizonte de tréguas
Preguiçoso criador que esqueceu a liberdade
Sem vontade num raio de sol
Morreu entre os carvalhos no monte.
 
Isabel Morais Ribeiro Fonseca

quarta-feira, 29 de julho de 2015

MEUS FILHOS

MEUS FILHOS

Meus filhos perder-vos
Era perder o chão que piso
- a relva que toco
Era deixar de sentir
O perfume das flores

- Meus filhos, meus amores

Perder-vos era não sentir
- a água salgada
Das doces lágrimas
- De tanta alegria no meu rosto

- Meus filhos, meus amores
 
Isabel Morais Ribeiro Fonseca